Ferrovias: defeitos que podem ocorrer na Via Permanente

As ferrovias são estruturas especiais que sofrem grandes impactos, resultantes da robustez dos veículos que por ela passam, bem como as altas cargas envolvidas.

É preciso levar em consideração vários parâmetros técnicos durante o projeto de uma ferrovia. Mas essas preocupações não estão limitadas à etapa do projeto. Depois de concluído, é preciso estar atento aos possíveis defeitos que podem comprometer o bom funcionamento da ferrovia.

Um exemplo claro de problemas que podem ocorrer são os defeitos na via permanente da ferrovia. Vale destacar que a via permanente é uma das mais importantes estruturas da construção de uma ferrovia, pois ela é o conjunto de todas as camadas, técnicas e subestruturas, que permite a passagem de trens. Sem uma adequada via permanente, o transporte de cargas na ferrovia pode estar correndo o risco de sofrer grandes acidentes.

Antes de compreender quais são os defeitos mais comuns que podem ocorrer na via permanente, é preciso saber quais são as etapas de construção dessa estrutura. O projeto é subdividido em duas grandes áreas: infraestrutura e superestrutura. O processo de criação da infraestrutura é aquele no qual o terreno será preparado para que ele se torne adequado ao projeto. Dessa forma, podem ocorrer obras relacionadas à terraplanagem do solo, drenagem, pavimentação, bem como nivelamento do terreno.

Quando a estrutura está finalizada, de acordo com as necessidades do projeto, entra em ação a realização da superestrutura da ferrovia. Os elementos da superestrutura são todos os componentes que ficam na superfície da ferrovia, ou seja, trilhos, dormentes e equipamentos de fixação.

Esse não é um processo simples e requer muito planejamento. No entanto, nem sempre tudo sai como planejado e um simples erro de abordagem pode resultar em problemas na via permanente.

Quais são os defeitos que podem ocorrer na via permanente?

Podem ocorrer problemas com as fixações, caso elas não estejam instaladas corretamente. O objetivo desse equipamento é a preservação da bitola e oferecer resistência aos deslocamentos longitudinal e horizontal dos trilhos, causados pela variação de temperatura.

Os defeitos nos trilhos estão entre os mais comuns. Esse componente da via permanente é constantemente submetido a variados tipos de esforços como, por exemplo, pressão, tensão e variação de temperatura. Com isso, há um desgaste natural dos trilhos.

A solda dos diversos componentes da via permanente também pode apresentar defeitos de fixação caso não sejam realizadas da forma adequada. Alguns exemplos disso são penetração incompleta dos trilhos, descontinuidades e aprisionamento de escórias.

Os dormentes – que são vigas instaladas de forma transversal em relação aos trilhos – são equipamentos fundamentais para transferir a carga recebida ao lastro bem como inibir a movimentação dos trilhos. Em geral, eles são feitos de madeira e com o tempo os dormentes acabam perdendo suas características mecânicas e não conseguem cumprir seu papel, resultando na necessidade de fazer a troca em decorrência do desnivelamento (um dos principais defeitos nesse componente).

Além disso, pode haver desgaste excessivo dos trilhos quando um vagão está com o peso acima do recomendado para a ferrovia. Esse mesmo problema também pode gerar rachaduras nos dormentes.

Dessa forma, é de extrema importância desenvolver um projeto adequado para a ferrovia levando em consideração as condições do terreno e as modificações necessárias para adequar o projeto. Do contrário, vários defeitos podem ocorrer e diminuir a vida útil da estrutura bem como dos equipamentos. Tais problemas também surgem naturalmente em decorrência da utilização da ferrovia e também devem ser motivo de atenção para garantir a segurança do transporte ferroviário, pois tais defeitos podem resultar em graves acidentes.

Wasaki Engenharia

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